sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Origem da Rotogravura

A origem da rotogravura começou com os criativos artistas da Renascença italiana nos anos 1300. Belas gravuras e entalhes foram feitas à mão em placas de cobre mole. A imagem gravada na superfície era constituída de canais ou áreas mais ou menos profundas. A palavra italiana intaglio (pronuncia-se in-ta-lio) significa "gravado ou cortado em sulcos". Intaglio refere-se a um método de gravação e impressão cuja imagem transportada consiste de linhas ou pontos gravados ou produzidos abaixo da superfície da placa de metal. Uma vez a placa pronta, passa-se tinta na superfície da placa, em seguida remove-se o excesso de tinta da superfície e fica somente tinta dentro da área gravada em baixo relevo. Daí, coloca-se um papel na superfície e pressiona-se o pepel para remover a tinta de dentro da gravação. Assim, a impressão está pronta!

O primeiro intaglio foi utilizado para a impressão na Alemanha em 1446 no mesmo período que Gutenberg desenvolveu e utilizou os tipos móveis. Infelizmente, o processo intaglio não era compatível com impressão tipográfica de Gutenberg (em alto relevo), de modo que não foi aprovada no início das impressoras e continuou a ser um processo manual por muitos anos.

A moderna impressora de rotogravura resultou da invenção da fotografia e da adopção de cilindros de impressão rotativa. William Henry Fox Talbot inventou o chamado "meio-tom" ou a retícula em 1860, como um método de dividir imagens de tom-contínuo em uma série de discretos pontos.

Este método (meio-tom) foi utilizado para reproduzir imagens fotográficas em todos os processos de impressão. Auguste Godchaux recebeu uma patente para uma impressora rotativa de rotogravura alimentada a bobina em 1860. Esta impressora estava ainda em uso em 1940! O processo foi refinado pelo alemão Karl Klíc (que está na imagem acima) e pelo inglês Samuel Fawcett.

Em 1879, Karl Klíc, era um pintor que vivia em Viena e aprimorou o método do chamado "intaglio" para permitir a gravação de sombras mais profundas de seus desenhos. Além disso, Klíc inventou uma técnica de transferir a imagem de um negativo, para uma chapa de cobre, através de um papel recoberto com gelatina pigmentada. Os resultados foram superiores e daí a rotogravura como a conhecemos, nasceu.

Ambos não tinham patente do processo e tentaram manter suas descobertas em segredo e vendiam o processo como "heliogravura" e também vendiam licenças para a utilização do tal processo de impressão para empresas bem conhecidas na época como T. & R. Annan and Sons, em Glasgow; Adolphe Braun and Company e na F. Brückmann Verlag empresa em Munique. Em 1886, porém, o processo tinha sido publicado em pormenores o que o tornou acessível a qualquer pessoa.

Até o final dos anos 1880, a rotogravura de Klic foi muitas vezes utilizado para ilustrar livros de alta qualidade, com fotografias tecnicamente e artisticamente muito superiores aos métodos tradicionais.

Seu processo permaneceu um segredo até que um de seus trabalhadores emigrou para os Estados Unidos e tornou público. A Reich-Wood Company da Inglaterra construiu a primeira rotogravura que foi instalada nos Estados Unidos pela Van Dyke Company of New York em 1903. Em 1913 o primeiro jornal americano The New York Times começou a ser impresso em rotogravura. O processo continuou a melhorar e a empresa Champlain Company (atualmente Bobst Group) fabricou duas impressoras com corte de cartão em linha para a Jell-O (gelatinas) no início de 1938 e o equipamento já incorporava o registro de cores eletrônico que foi inventado um ano antes. Esse novo conceito de acabamento em linha ganhou o prêmio no ano seguinte no All-American Packaging Competition Award.

O processo continuou a evoluir e em 1961 foi inventado pela companhia Hell a gravação eletromecânica com um diamante fazendo os alvéolos na superfície cilíndrica de cobre. Em 1966 foi inventado nos Estados Unidos o Eletro Assist, equipamento ligado ao rolo de pressão e que facilitava a saída da tinta de dentro dos alvéolos, algo muito útil especialmente para embalagens de cartão. Já em 1968 esse processo de gravação conhecido como Helioklischograph estava consolidado e os controles digitais foram acrescentados em 1983. Em 1995 a empresa MDC Max Daetwyler lançou a LaserStar, a primeira gravadora à laser.

Fonte:http://www.rotogravura.com/origem_da_rotogravura.html

MÉTODOS DE GRAVAÇÃO




A gravação Convencional com Papel Pigmento
Os métodos de gravação foram evoluindo conforme as descobertas da fotografia também o foram. O princípío mais antigo era o da gelatina bicromatada e que era muito comum até a década de 1980. Consistia em uma fina gelatina orgânica aplicada na superfície de um papel. Então esse papel com a gelatina seca era imerso em um banho de Bicromato de Potássio. Assim, a gelatina se tornava sensível à comprimentos de luz ultra violeta. Então se copiava uma retícula de ponto quadrado, redondo ou almofada (estrela). Seguia-se então uma segunda cópia com uma ima gem fotográfica no filme de tom contínuo positivo. A gelatina endurecia mais nas áreas claras e menos nas áreas escuras. O processo passava-se ao transporte dessa fina camada de gelatina copiada para a superfície do cilindro de cobre por meio de pressão e água. Em seguida ocorria a remoção e revelação (remoção da gelatina que não foi totalmente encurecida pela luz) utilizando-se de vários banhos de água fria e quente. Finalmente pinta-se as grandes áreas de não grafismo e grava-se o cilindro com banho de Percloreto de Ferro ou Cloreto férrico. Esse era um processo longo e delicado, porém conferia ao produto impresso uma excepcional qualidade visto que parecia verdadeiramente uma foto impressa com riqueza de detalhes. O processo de endurecimento da gelatina maior ou menor fazia com que o Cloreto Férrico atravesse mais ou menos e gravasse mais ou menos a superfície do cobre. Assim, a gravação tinha profundidades diferentes ao passo que a abertura ou largura dos alvéolos permaneciam os mesmos. Esse processo foi chamdo de Gravação Convencional com papel pigmento.
Eram utilizadas retículas muito finas acima de 100 linhas por centímetro. Durante muitos anos esse foi o processo dominante para gravação. A desvantagem desse processo eram os longos tempos de processamento, o custo da gelatina que era produzida por poucas empresas e a falta de repetibilidade, pois os processo dependia muito da especialidade dos operadores especialmente no processo da gravação química fazendo disso uma verdadeira arte e bastante manual apesar das inovações técnica de tanques e controle de processos. 

Gravação Autotípica
O sistema Autotípico foi outro sistema que veio viabilizar a gravação por volta da década de 1950, pois partia do uso de uma camada de "verniz" ou resina igualmente sensível à luz ou também chamada de camada "photoresist" e que era espalhada por uma pistola de ar ou um anel de plástico que revestia a superfício do cilindro de cobre. A camada secava rapidamente e processava-se a cópia com filmes reticulados positivos. Esse método muito mais simples e rápido passou a dominar a maneira de gravar cilindros, porém apenas na indústria de embalagens. Porém, a definição de imagem perdia muito muito visto que já partia de um filme reticulado e não de um tom contínuo. Além disso, devido à aplicação da camada era possível fazer impressões de chados sem emenda (seamless) algom muito difícil em gravação convencional. Já nas empresas de editoria, devido ao largo formato de cilindros com mais de dois metros, o processo convencional continuou até surgir a gravação eletromecânica.

A Volta da gravação química
Devido à necessidade de caracteres com alta definição, a indústria japonesa voltou-se para a gravação química. Pode parecer um retrocesso, mas não é. Há uma combinação interessante do digital com o processo químico. Funciona assim: O cilindro de cobre é recoberto com uma camada fotossensível. Daí, o cilindro vai para um equipamento de cópia digital que irá “copiar” a imagem, quer dizer, endurecer as áreas de não-imagem ou contra-grafismo bem como definir as retículas da área de grafismo (imagem) que ficarão sujeitas à ação do revelador na próxima etapa. O próximo passo é a revelação ou remoção das áreas de grafismos que não foram endurecidas usando-se para isso um solvente. O cilindro vai então para a gravação química a base de Percloreto de Ferro (FeCl3) que atacará o cobre formando assim as células ou alvéolos. Depois de lavado a última etapa é a aplicação de uma camada de 4 a 6 micras de cromo duro e então estará pronto para a impressão.

Gravação Eletromecânica e à Laser

A gravação eletromecânica foi inventada em 1961 pela empresa alemã Hell e não demorou até tornar-se popular. Empresas de embalagens e editoras logo passaram a utilizar. Mas as editoras perceberam uma vantagem na rapidez visto que os periódicos obviamente precisavam de muita rapidez e era uma corrida contra o tempo. Desenvolvolveu-se para as empresas de editoria especialmente, um produto chamada Opaline que carregava a imagem reticulada mas que o cabeçote de leitura da gravadora que era preparado para ler tons contínuos, era desfocado para que a máquina "lesse" as áreas de mínima, médias e máximas como se fosse um tom contínuo e enviasse essa informação para uma central que transformava esse impulso ópitico/elétrico em vibração de um pequeno diamante instalado num cabeçote e que fazia os alvéolos na superfície do cilindro de cobre a uma incrível velocidade de cerca de 3.500 impulsos ou alvéolos por segundo!
 Com o aparecimento dos computadores gráficos na década de 1990, a gravação eletromecânica abandonou os filmes, opalines e tons-contínuos para trabalhar com imagens digitais e tornou-se o processo de gravação dominte no mundo, tanto em embalagens quanto em editoria.
A empresa alemã Hell não parou de pesquisar novos meios de gravação e tentou a gravação por feixes de elétrons (Eletron Beam) e também à laser. Dezenas de tentativas com esses dois meios foram frustadas, mas finalmente a empresa lançou em 1995 a LaserStar, sua gravadora à laser. Muito mais rápida o laser não gravava o cobre e sim uma superfície de zinco que reflete menos os raios de luz gerados pelo laser e que eram o grande impecílio ao desenvolvimento dessa tecnologia. A gravação à laser prosperou no mercado editorial visto que a gravação pode chegar a 120.000 alvéolos por segundo. Isso é um importante diferencial visto que os cilidros são muito largos e demoram muito na gravação eletromecânica. Dessa forma o custo/benefício desse equipamento caro compensa em editoria, mas não na maioria das empresas de embalagens.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Prazo para inscrições: Ilha Design promove três dias voltado para o design social

Acontece entre os dias 25 e 27 de outubro o Ilha Design – um projeto voluntário desenvolvido por alunos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) que pretende utilizar design e arte como instrumentos de inclusão cultural e social.

O projeto está sendo desenvolvido na Escola Municipal Brigadeiro Nóbrega, na Vila do Abrãao, em Ilha Grande, no Rio. Durante os três dias, no local, oficinas e espaços abertos vão debater e trocar conhecimentos acerca do Design Universal, ou Design Total, que é o design para todos, o design que inclui – enfoque para produtos, serviços e ambientes que possam ser utilizados pelo maior número de pessoas possível – diretamente relacionado ao conceito de sociedade inclusiva.

As inscrições para participantes estão abertas até o dia 24 de setembro, em duas modalidades (espaços abertos e oficinas), e podem ser feitas no site do projeto, onde há informações completas. Saiba mais em www.ilhadesign.com.br.

Fonte:http://www.designbrasil.org.br/agenda/eventos/prazo-para-inscricoes-ilha-design-promove-tres-dias-voltado-para-o-design-social

A evolução gráfica num livro único


Da relação dos despachos publicados na Corte no dia 13 de maio de 1808, primeira obra impressa no Brasil, ao primeiro número da revista O Cruzeiro, publicado em 15 de dezembro de 1928, passando pelo cardápio do célebre baile da Ilha Fiscal, a extensa pesquisa iconográfica desenvolvida por Rafael Cardoso, organizador do livro O Impresso no Brasil, 1808-1930: Destaques da História Gráfica no Acervo da Biblioteca Nacional (Editora Verso Brasil, 180 páginas, R$ 90), resultou num sedutor volume que reúne nada menos que 350 ilustrações raras. Garimpadas num acervo público, o da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, muitas delas são desconhecidas ou nunca foram reproduzidas.

Mais do que um curioso livro para nostálgicos, o livro organizado por Cardoso mostra a evolução não só da linguagem gráfica como acompanha o nascimento da modernidade entre nós, revelando, por exemplo, como a configuração visual dos grandes jornais, entre eles o Estado, mudou nas primeiras décadas do século 20 em função das exigências do público, acelerando, inclusive, o desenvolvimento da linguagem publicitária nos periódicos, assunto ainda pouco estudado.

Artistas que depois ficariam famosos, como Bordallo Pinheiro e Di Cavalcanti, começaram suas carreiras como criadores gráficos de anúncios publicitários. Peça pouco conhecida do último, o anúncio que Di Cavalcanti fez para a pasta de dentes Odol, em 1928, já prenuncia o futuro do desenhista (melhor até que pintor) que se tornaria um dos principais modernistas brasileiros. Em tempo: o anúncio foi produzido para a revista O Cruzeiro, um marco na imprensa, que acompanhou quatro gerações de brasileiros.

No entanto, “o livro é sobre a história dos impressos, e não somente da imprensa”, alerta o organizador Rafael Cardoso, embora a distinção, como reconhece, possa parecer artificial. Referindo-se a estudos sérios já publicados sobre o assunto no Brasil – entre os quais se destacam os quatro volumes da História da Caricatura no Brasil de Herman Lima e a História da Imprensa no Brasil, de Nelson Werneck Sodré -, Rafael Cardoso diz ser revelador o fato de esses estudos terem surgido no exato momento em que a imprensa “se viu acuada pela ameaça da censura e sua concretização na ditadura de 1964 a 1985″. Por coincidência, seu livro Impresso no Brasil é publicado justamente quando o jornal Estado completa 102 dias sob censura.

Um periódico desrespeitado é uma história que deixa de ser contada, prejudicando toda a comunidade. De certo modo, o livro conta como a censura no fim do século 19, de modo semelhante, tentou ser mais real que a realidade ao destinar ao limbo revistas lidas às escondidas como O Rio Nu. Fundada em 1898 e bastante crítica quando o assunto era a hipocrisia de respeitáveis burgueses frequentadores de bordéis, o periódico semanal, num lance de ousadia, estampa na capa (isso em 1903) uma mulher nua ao lado de um sonolento dândi, que desliza num sofá para lá de suspeito.

O século 20, escreve Cardoso, chegou fazendo barulho e o pesquisador conseguiu preciosos exemplos da modernidade gráfica e comportamental, como a capa de outro semanário, A Maçã, publicado em 1923 (um ano depois da Semana de Arte Moderna). Nele, uma domadora de circo, com chicote e figurino sadomasoquista, tenta fazer com que um urso obedeça ao seu comando (veja ilustração ao lado). Como a década de 1920 marcou a consolidação do mercado de revistas no Brasil, um capítulo é dedicado a publicações que faziam enorme sucesso junto aos leitores, como a revista semanal Para Todos, da qual se reproduz nesta página a capa de uma edição de1927.

O estudo de Cardoso termina justamente com as revistas pioneiras que integram imagens fotográficas à estrutura de suas páginas, entre elas a Para Todos, que fazia uso (já em 1926) de uma diagramação pouco convencional e colorizava fotomontagens. Como se vê, a edição em fotoshop não surgiu com o computador. Muitos corpos de beldades já foram corrigidos antes dele. D

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20091110/not_imp463732,0.php

Antonio Gonçalves Filho

Fonte:http://www.brasilcultura.com.br/cultura/a-evolucao-grafica-num-livro-unico/

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Da pedra ao Papel


A evolução da escrita


O homem lança seus primeiros registros...

Desde a pré-história, o homem sente necessidade de expressar seus pensamentos, bem como busca uma maneira de registrar seus conhecimentos de forma duradoura.

Nossos antepassados do período paleolítico deixaram registrados nas paredes rochosas das cavernas ou dos penhascos pinturas e desenhos de seres humanos e animais como o bisão, o mamute e o cavalo selvagem. Esses primeiros registros lineares introduziram no mundo o primeiro passo para a escrita.

O homem utilizou diversos materiais como suporte para registrar seus conhecimentos. Os antigos grupos humanos, acostumados ao emprego de pictogravuras, compreenderam a vantagem de associar símbolos a objetos ou idéias. Assim, esses desenhos tornaram-se, aos poucos, ideogramas e estes por sua vez, escrita fonética.

A escrita mais antiga de que se tem conhecimento é a cuneiforme, derivada da palavra “cuneu” e proveniente da Mesopotâmia. Para escrever, utilizavam-se placas de argila ainda moles, e, com um estilete, faziam-se marcas em forma de cunha. Após concluir a escrita, a placa era cozida até ficar tão dura como um tijolo.

E busca inspiração na natureza...

Os egípcios e todo o antigo mundo mediterrâneo usaram o papiro como suporte para a escrita durante uns cinqüenta séculos. Os mestres do ensino, os escribas, utilizavam-se largamente desse material, obtido a partir da planta “Cyperus papyrus”, que proliferava nas margens do rio Nilo.

A fragilidade do papiro e a proibição de sua exportação provocaram a descoberta de outros materiais. Não tardou para que surgisse o pergaminho, que começou a ser usado 500 anos antes de Cristo. Era fabricado a partir de peles de diversos animais, principalmente carneiros, bezerros e cabras.

O aparecimento do pergaminho trouxe um avanço significativo: as folhas podiam ser dobradas e costuradas, formando um códex, ancestral dos livros atuais e constituído de folhas sobrepostas e unidas umas às outras. Até hoje é considerado um material resistente, sendo, inclusive, utilizado em documentos oficiais.

Por meio de diversos suportes...

Antes do aparecimento do papel, os materiais têxteis também serviram a diversos povos. Os chineses usavam a seda; os egípcios e os antigos romanos, o linho. Os romanos também usaram placas de madeira ou marfim revestidas com uma camada de cera enegrecida. Com um instrumento de extremidade aguda, riscavam-se as letras fazendo-se marcas na cera. Algumas vezes, juntavam-se duas, três ou mais dessas placas para se fazer os protótipos das páginas dos livros.

Talvez o mais estranho de todos os materiais de escrita sejam as tiras de folhas de palmeira usadas em algumas partes da Índia, Birmânia e Sião. Nelas, a escrita também era feita com instrumento pontiagudo. As tiras eram ligadas por corda e formavam um leque.

As particularidades de cada material utilizado como suporte da escrita influenciaram profundamente na forma dos caracteres das letras: a maneira brusca de abrir a escrita cuneiforme na argila mole; as pinceladas largas e de gracioso sombreado dos antigos calígrafos egípcios e dos chineses e japoneses de hoje; o movimento fácil, fluente e corrente da pena na superfície macia do pergaminho ou do papel

E crava as primeiras letras...

Desde o início, os sistemas de escrita tendiam a se tornar fonéticos. Para a escrita ser verdadeiramente útil à humanidade era necessário que os sistemas complicados dos fonogramas se simplificassem. Por meio de um processo lento de evolução da antiga arte de escrever, surgem caracteres gravados que constituem o que chamamos hoje de alfabeto.

O alfabeto, tal como o conhecemos, veio da Grécia Antiga, onde foi levado pelos fenícios, que faziam exploração mercantil na região mediterrânea. Inicialmente as formas das letras modificavam-se de lugar para lugar e de tempos em tempos, até que a invenção da imprensa as fixou nas formas atuais.

A mais antiga inscrição fenícia conhecida mostra o alfabeto num estado já bem desenvolvido, o que dá a impressão de que já era usado há muito tempo.

O alfabeto fenício, quando foi introduzido na Grécia, era quase puramente consonântico. Os gregos acrescentaram caracteres, fazendo figurar sons e sinais vocálicos combinados aos pares, para formar os ditongos. O alfabeto grego introduzido na Itália se tornou o precursor do que utilizamos atualmente.

E faz do papel uma invenção única...

Os livros mais antigos eram impressos em pergaminho, mas foi o papel que deu impulso à tipografia. O papel como substituto do pergaminho começou a ser usado na Europa cerca de três séculos antes de se fundirem os primeiros tipos de metal.

A primeira referência sobre a sua fabricação data do ano 105 da era cristã: o funcionário imperial T'sai Lun apresentou a novidade ao imperador chinês Ho Ti.

Os chineses guardaram em segredo o processo de fabricação do papel, só revelando-o forçadamente aos conquistadores mongóis no século VIII. Esses conquistadores transmitiram o conhecimento aos persas, que, por sua vez, o repassaram aos árabes e, esses, aos espanhóis.

Ao ser introduzido na Europa por volta do séc. XII, encontrou diversos obstáculos: a demanda era baixa, pois o pergaminho produzido era satisfatório; a educação estava atrasada, poucos sabiam ler e devido a sua origem muçulmana, não teve a simpatia da Igreja. Somente com o aparecimento da imprensa no séc. XV, começou a ser utilizado em larga escala.

A história que então se inicia não é mais apenas a da escrita, mas a da tipografia.

Escreve livros de próprio punho...

Muitos livros foram laboriosamente copiados por escribas, os quais conservaram o que possuímos da história e da literatura da antiguidade.

Durante a chamada “idade das trevas”, os homens que preferiam a vida tranqüila do estudo refugiaram-se na Igreja e dedicaram-se à feitura de livros. Os conventos e outros lugares eclesiásticos chamaram a si a tarefa de fazer cópias de livros para enriquecimento das suas bibliotecas e para uso da comunidade. Os métodos dos escribas monásticos diferiam segundo a época e o lugar; mas, em geral, eram centralizados no scriptorium ou “escritório” do mosteiro.

Os textos primitivos eram simples, mas, quando a procura pelos livros aumentou, foi utilizada uma técnica para torná-los mais atraentes: a iluminura. No século XII, manuscritos inteiros eram caligrafados com ouro ou prata aplicados em folha brunida. As letras iniciais de novas frases eram maiores e floreadas, as margens eram decoradas com desenhos, e a primeira página do texto era também enriquecida com cercaduras floridas e coloridas.

Os manuscritos, assim como grande parte dos livros impressos no séc. XV, não faziam qualquer indicação sobre autor, produção, lugar ou data de edição.

Da China, surge os livros xilografados....

A invenção chinesa de tipos separados antecedeu as experiências de Gutenberg em mais de quatrocentos anos. O inventor foi Pi Shêng por volta do ano 1040 da era cristã. Os tipos eram feitos inicialmente de argila cozida, passando à madeira e por fim, ao bronze. Contudo, esses tipos móveis chineses ficaram restritos à impressão tabulária.

Nos livros de impressão tabulária, o impressor aplicava as folhas de papel sobre uma matriz de madeira entintada e encavada com imagens, textos ou ambos, obtendo assim, um grande número de cópias. Caso fosse necessária a correção do texto era preciso confeccionar nova matriz.

As primeiras xilogravuras aparecem num livro impresso em Roma, no ano de 1467. O objetivo era popularizar as histórias ou ensinamentos da Bíblia de maneira artística para que as pessoas que não soubessem ler tivessem acesso à doutrina cristã.

Até a chegada de Gutenberg

Embora no oriente se tivesse feito muita coisa no campo da impressão tabulária e da impressão com caracteres móveis, as invenções chinesas não tiveram qualquer influência na criação de tipos móveis na Europa, onde a descoberta da imprensa tipográfica abriu uma nova era na história intelectual da humanidade.

A verdadeira essência da invenção européia na tipografia surgiu em meados do séc. XV, época de transição e confusão. O método europeu de impressão consistiu em utilizar tipos móveis de metais, fundidos em matrizes, em quantidades desejadas e por um preço razoável.

O mérito da descoberta da tipografia é atribuído a Johann Gutenberg por volta do ano de 1450, mas é provável que ele já a tivesse descoberto antes do ano de 1448. A obra “A Bíblia de Gutenberg” é considerada o primeiro volume impresso da Europa.

A introdução da tipografia no Brasil foi tardia, devido ao temor das autoridades portuguesas sobre os efeitos políticos de tal inovação técnica. Somente com a chegada da família real é que a tipografia se radicou de vez no Brasil, com a Impressão Régia na cidade do Rio de Janeiro, conforme o diploma de 13 de maio de 1808, assinado pelo príncipe regente.

Fonte:http://www.fespsp.org.br/dapedraaopapel/historia.html